Crítica: Resident Evil 5 - Retribuição (Resident Evil: Retribution)

Diante de uma inegável falta de assunto, até por ser inspirado em um game que apostava mais na violência simples do que em um enredo, não deixa de ser impressionante como a franquia Resident Evil se sustenta apostando em filmes redundantes, que claramente enrolam o espectador, pouco avançando a história para uma resolução definitiva. Na divulgação desse novo exemplar, intitulado Resident Evil: Retribuição, o diretor Paul W. S. Anderson fez a promessa de ser o inicio do fim, mas não estranhe se até esse fim chegar ainda tenhamos mais umas duas ou três continuações, somente a bilheteria nos dará a resposta. Como Anderson consegue manter suas realizações no orçamento estipulado, se situando sempre dentro do médio porte e assim agradando os produtores, a alongada serie cinematográfica também tem seu público cativo e não deve mesmo ter muito trabalho para se manter rentável.

Essa continuação, parte do exato momento do epilogo do anterior, Residente Evil: Recomeço, e inicia mostrando o inevitável confronto entre os helicópteros da Umbrella e os humanos sobreviventes do navio Arcádia. Entre rajadas de balas, explosões e tomadas em câmera lenta, não é difícil chegar à conclusão que os remanescentes são dizimados, restando apenas a protagonista Alice (Milla Jovovich), novamente acordando em uma instalação secreta da Umbrella Corporation e sendo interrogada com tortura. Inicialmente, o interrogatório não faz muito sentido, principalmente por perguntas do tipo: “Você trabalha para quem?” Se o mundo está vivendo um apocalipse originado pelo T-Virus, onde não existem mais nações, nenhuma lei, a não ser a marcial imposta pela Umbrella, claro que a sensação é de que a seqüência surge apenas para mostrar Jovovich seminua, mas enfim, devemos lembrar que Resident Evil é o tipo de filme que nem de longe prima por diálogos inspirados ou mesmo um roteiro bem elaborado.

Acho que ninguém duvida que não tarde até que Alice escape da estilizada cela onde está presa, a pergunta é: como será? Logo uma bem vinda pane eletrônica faz o serviço facilitando a fuga e assim revelando uma nova aliada para a moça, a ex-agente da Umbrella, a oriental gostosona e boa na porrada Ada Wong (Bingbing Li). Agora, se tem uma coisa que a franquia Resident Evil preza é pelo fetiche visual, carregando as cenas de conotações sensuais e em Retaliação, talvez tenhamos o momento mais evidente em que Anderson assume essa porção “fetiche sado-maso”, rendendo até uma divertida piada proferida pela personagem Rain (Michelle Rodriguez, sim, ela esta de volta). A agente Ada revela que existe um plano para resgatar Alice daquela imensa instalação secreta (não vou contar onde ela fica), revelando assim um grupo de resistência e finalmente fazendo o tal interrogatório fazer algum sentido. Então assim forma-se o único e estrito mote principal de Resident Evil: Retaliação: a fuga de Alice.

Se por um lado o filme se reduz apenas a difícil escapada da nossa protagonista “boa de olhar”, por outro, o diretor até consegue nos entreter apresentando algumas “novidadezinhas”, como revelar quem está verdadeiramente no comando da Umbrella e qual sua intenção (?), tem o novo vírus “La Plaga” rendendo umas mutações interessantes e também apresenta seqüências, que tomam boa parte da projeção, onde vemos replicas de cidades famosas que serviam para testes do T-Virus. Nessas simulações se concentram boa parte da ação que aliadas ao 3D, fazem do filme um verdadeiro e autêntico vídeo-game, tem até cena de chefe da fase. Enfim, não restam dúvidas de que Resident Evil: Retaliação é um filme ruim, dispensável, mas é dessas besteiras que divertem enquanto se está assistindo, seja pelo extremo absurdo de algumas cenas, o prazer de ver as moçoilas em corpetes (os rapazes também não dispensam roupas colantes) descendo o braço e usando um arsenal de armas para entupir a tela de gosma dos mais variados monstrengos que vão aparecendo.