Crítica: Procura-se um Amigo para Fim do Mundo (Seeking A Friend For The End Of The World)

9 de setembro de 2012 0 Comente Aqui!


No final do ano passado tivemos a oportunidade de apreciar o belo Melancolia, dirigido por Lars Von Trier, que segue uma linha dramática sobre o fim do mundo, apresentando as diferentes formas de comportamento das pessoas. Tentando cair um pouco mais para a veia cômica, não deixando de ser dramático, Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo peca exatamente ao tentar fazer esta mistura, se tornando em alguns momentos um filme bobo e em outros muito dramático.

Na trama, somos apresentado a um vendedor de seguro, que não conseguiu atingir os seus sonhos, chamado de Dodge. Quando ciente do fim do mundo, sua mulher decidiu lhe deixar para viver os últimos dias de vida com seu amante, abandonando o personagem perdido e sem saber como lidar com a situação em que estava metido. O rumo dos acontecimentos começa a mudar quando Dodge tem um primeiro contato com sua vizinha Penny, uma jovem interessante, que está com problemas no relacionamento com seu namorado e triste por ter perdido o último voo que permitia passar o fim do mundo ao lado da família. O motivo para uma viagem surge quando Penny entrega as correspondências de Dodge, que teriam sido erradamente colocadas em sua caixa. Ali constava uma carta do verdadeiro amor do protagonistas e assim eles decidem partir a procura dela.

A produção começa muito bem e parte da tratativa de que estamos diante de um cenário perfeito para ver as pessoas fazerem todas as loucuras que gostariam de ter feito, mas que poderiam se arrepender. É interessante refletir sobre tudo que faríamos se tivéssemos mais 14 dias de vida e se fosse certo que todos morreriam em uma grande catástrofe. Seria a grande oportunidade de largar um emprego chato, realizar um sonho arriscado ou terminar/voltar um relacionamento. Isso fica muito personificado numa festa que uma família aparentemente comum resolve dar e nela estão a disposição drogas, álcool e muito pensamento de liberdade. Essa foi a forma divertida encontrada para demonstrar o quão fútil e cheia de máscaras é a sociedade.


O problema começa quando entramos na segunda metade do longa, quando os personagens parecem se perder e partir por atitudes completamente fora do perfil que estavam apresentando. Algumas ações são realmente muito sem sentido e forçadas como se estivessem moldando o espectador para chorar ao final de tudo. O ritmo também empregado pela diretora Lorene Scafaria é por muitas vezes demasiado lento e chato, causando no espectador um sono tão grande quanto o de Penny. O grande erro está na tentativa de mescla entre o triste e o divertido, quando acredito que uma direção mais experiente poderia resolver o caso e aproveitar melhor os momentos inteligentes e com potencial.

Steve Carell, como sempre, entrega a melhor atuação de todas e apresenta um personagem triste, contido e esforçado. O Ator desponta como o melhor comediante dramática dos tempos atuais e é sempre um bom motivo para ir ao cinema. Keira Knightley está me dando pavor recentemente e parece ter "travado" na atuação de Um Método Perigoso. As caras dramáticas, que para aquela produção servia, aqui são extremamente forçadas e insuportáveis. De um falsidade incrível. Os momentos em que Penny está feliz ou apresenta alguma caracterização de sua excentricidade, ela consegue fluir bem, mas os atos de choro e drama são difíceis de serem digeridos.



Não se era a minha expectativa que estava alta, mas posso dizer tranquilamente que o longa me decepcionou. É claro para qualquer um que algo muito melhor poderia ter sido entregue ao espectador. Não estou dizendo que não possui momentos interessantes e chego a dizer que haverá aqueles que gostarão muito, mas como diriam em Bourne: Trataram uma Ferrari como cortador de grama e agora pagam o preço por isso. Tiveram a oportunidade de surpreender e não souberem aproveitar.


Trailer do Filme: 

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