Crítica: Moscou Contra 007 (007 - From Russia With Love)

5 de setembro de 2012 0 Comente Aqui!

Um ano depois de 007 Contra o Satânico Dr. No já estava saindo nas salas de cinema uma continuação intitulada de Moscou Contra 007 (O título em inglês é maravilhoso, From Russia With Love, mas nossos tradutores fizeram o favor de fazer besteira mais uma vez). Apenas a título de curiosidade, John F. Kennedy tinha este livro como um dos seus favoritos e isso serviu de fator motivador para sua escolha como o segundo filme da série. O sucesso da primeira película foi tamanho, que garantiu um orçamento dobrado para a sequência e ainda o retorno de toda a equipe responsável pelo antecessor. A presença de Terence Young e dos roteiristas foi bastante interessante pelo fato de todos terem entendido que haviam feito um bom trabalho, mas que deveriam encontrar uma forma de amadurecer o roteiro e criar de fato um trama de espionagem digna do grande personagem que tinham em mãos.

O resultado desta linha de pensamento é um roteiro mais interessante e uma trama daquelas que merece toda a atenção do espectador. Agora James é enviado à Turquia com o intuito de conseguir uma máquina descodificadora Lektor, que ajudaria no combate ao terrorismo. As informações que chegam a Londres é de que uma secretária Russa, que trabalha no consulado da Istambul, pretende desertar e deseja receber o apoio do agente 007 na fuga para solos britânicos. Em troca ela estaria transmitindo informações que seriam capaz de ajudar o agente a conseguir a máquina, que costuma utilizar em sua rotina de trabalho. O que M. e Bond não sabem é que esta secretária também está sendo iludida ao acreditar que está prestando serviços para a Rússia, quando, na verdade, está ajudando a SPECTRE a desenvolver seu plano de vingança pela morte do Dr. No.

A disputa de um campeonato de Xadrez é uma das primeiras cenas da produção. Confesso que fiquei encantado com a forma com que ela foi conduzida e o seu significado. Mostrar que um personagem é excelente em um jogo de raciocínio lógico e logo depois apresentá-lo como o “arquiteto” do plano que irá conduzir o filme é uma sacada de gênio. Primeiro por tornar o espectador mais crente da possibilidade de sucesso do plano e depois por que é sim muito inteligente a ideia utilizada pela SPECTRE. O desenrolar deste plano é interessante, mas exige que se preste atenção. Não estamos diante de algo muito complexo, mas em se tratando de um filme de espionagem isso é mínimo que se deve exigir de quem o assisti. Outra cena de destaque é a que se fez dentro do Oriente Express. Na época muitas foram as dificuldades encontradas para realizar as filmagens em um espaço físico tão pequeno, mas o esforço valeu demais a pena. A narrativa ganha bastante e se mostra muito sólida a cada parada do trem. Os melhores momentos de todo o filme estão na viagem de trem, principalmente o confronto principal entre o herói e o vilão.

Falando em confronto principal, o elenco possui adições muito interessantes. O primeiro deles é a presença de Robert Shaw, o ator que fez o pescador Quint em Tubarão, que apresenta uma boa interação com Sean Connery. Shaw é frio e calculista, consegue transparecer a força de seu personagem e ao mesmo tempo aparentar ser uma pessoa muito inteligente. Pedro Armendáriz interpreta um muito carismático agente turco, que apoia Bond em sua missão. Armendáriz foi um dos grandes desafios da produção, pois durante as filmagens se descobriu doente, precisou de alguns dublês para filmagens que exigissem mais vigor do personagem e algum tempo depois do filme finalizado, se suicidou. Daniela Bianchi, interesse amoroso de Bond, faz um bom papel, mas não chega perto do chame de Ursula Andress no antecessor.

Moscou contra 007 é considerado um dos melhores filmes da franquia e é justo este patamar atingido por ele. Nele somos apresentados ao primeiro Gadget do agente: Uma maleta com bombas de gás lacrimogêneo, facas e moedas de ouro. Há também neste momento a primeira referência da divisão Q, que futuramente daria origem ao personagem de mesmo nome. A história é mais realista, elaborada e interessante. Lógico que erraram um pouco no tempero quando resolveram adicionar no filmes cenas de ação que não estavam presentes do livro. As cenas são grandiosas, com a presença de explosões e perseguições em lanchas de alto mar, algo que é marca da franquia, mas de fato este final elaborado não empolga tanto e parece forçado. Esquecemos praticamente o enredo e forma inteligente para termos ação. Nada que tire o chame deste filme

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 Trailer do Filme:

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