Crítica: Abraham Lincoln Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln Vampire Hunter)

19 de setembro de 2012 3 Comente Aqui!


A primeira vez que vi o trailer de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros tomei um susto daqueles. Sabia que Steven Spielberg estava preparando um filme sobre a biografia do presidente americano e assim que vi sua imagem pensei: “ Esse filme vai ser incrível, ainda mais com Daniel Day Lewis no elenco”. Quando percebi que se tratava de algo totalmente diferente não consegui imaginar que seria algo diferente de uma paródia ou de alguma produção que não deveria ser levada tão a sério. Procurei entender do que se tratava e  descobri a existência de um cara, Seth Grahame-Smith, no mínimo, muito criativo, que resolveu fazer essa mistura e que já tinha feito algo parecido em outra obra de título Orgulho e Preconceito e Zumbis.

A trama começa apresentando um garoto e seu pai, que decidem enfrentar um escravista para ajudar um jovem garoto negro. O que eles ainda não tinham conhecimento é que este escravista era na verdade um vampiro e em busca de vingança assassina a mão do garoto na frente dele. Como era de se esperar, a sede de vingança cresceu junto com o menino, que alguns anos mais tarde resolveu encarar de frente o algoz de sua mãe. Destreinado e despreparado, Abraham quase morre, mas terminou sendo salvo por Henry Sturgess, um caçador de vampiros que vira seu mentor e o ensina a encarar os monstros. O problema era que a vingança não poderia ser mais seu foco principal e sim as missões que Henry lhe enviar.

Estamos diante de uma trama absurda por envolver a vida de um presidente americano, mas a premissa não deixa de ser interessante. Seth Grahame-Smith, que é o responsável pela adaptação de seu próprio livro para as telonas, conseguiu fazer uma mescla interessante e encontrou um jeito de colocar os vampiros em diversos acontecimentos verídicos da história. A perda da mãe de Linlcoln de fato existiu quando ele ainda era criança, suas motivações para se tornar um bom advogado e a entrada na política para tentar com palavras guerrear pelo seu país. Podemos dizer que ainda é abordado a Guerra Civil americana, mas nessa ele passou por alto. O roteiro não é o problema do longa e sim o fato de terem esquecido de contar ao diretor Timur Bekmambetov, que ele deveria se levar menos a sério e muito menos contar os fatos como se estivesse produzindo um filme épico.

Timur Bekmambetov errou feio ao tentar apresentar algo sério e não conseguiu entregar nem o terror que a película merecia e muito menos a ação que prometeu, pois não é empolgante e nem engraçada, como poderia ser se pendesse para o lado mais trash. Ele acertou um pouco nos efeitos visuais, mas pecou em praticamente todos os aspectos técnicos de uma produção. A fotografia não consegue se definir e a tonalidade da obra muda a cada cena que se passa. A maquiagem acerta um pouco na construção de Abe mais velho, como ele ficou parecido com Liam Neeson!, mas a Mary Todd de cinquenta anos está pífia. Não se trata de uma produção só de erros e algumas cenas são bem tramadas e elaboradas, mas não isso não serve para salvar a trama que ficou muito abaixo do esperado.

As atuações estão até interessantes Mary Elizabeth Winstead, Dominic Cooper e Benjamin Walker juntos conseguem dar ao filme um pouco de graça. Os melhores momentos são entre Lincoln e seu mentor, mas o descarrego dramático da relação entre o protagonista e sua esposa também é bem interessante. Quem sabe um diretor mais maduro e mais seguro de seus atos não tivesse transformado esse na grande surpresa do ano? A escolha do regente de sua orquestra talvez tenha sido o maior erro de Seth Grahame-Smith. Vamos torcer por Orgulho e Preconceito e Zumbis. Talvez esse alcance o patamar que sua criatividade merece.


Trailer do Filme:

3 Comente Aqui! :

  • Jefferson C. Vendrame disse...

    Como sou mais radical, só de ver o Trailer já desisti de gastar meu tempo e meu dinheiro assistindo-o. Misturar e usar o nome de uma pessoa tão séria e importante dos USA com uma história boboca dessas realmente foi um absurdo...

    Ótimo Texto,

    Grande Abraço.

  • Hugo disse...

    Provavelmente ainda irei conferir, mas não espero muito do diretor russo Timur.

    Guardiões da Noite até era legal, apesar de um pouco confuso. Depois assisti o totalmente maluco Guardiões do Dia, uma verdadeira salada do russo doido.

    Abraço

 
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