Na falta de idéias novas, o
cinema americano anda requentando qualquer coisa. Perdoem-me se ando parecendo
redundante ou mesmo chato, mas sinceramente, acho que perdi as contas de
quantas resenhas sobre remakes tenho escrito ultimamente. Entre poucas produções
agradáveis e muitas desagradáveis, a bomba da vez se chama “A Casa Silenciosa”,
refilmagem ianque da produção uruguaia “A Casa Muda (2010)”. Antes de começar o texto, é importante deixar claro que não assisti a obra original, então não
traçarei comparações, mas também não cheguei a escutar grandes elogios sobre o
filme uruguaio. O principal ponto positivo normalmente supracitado foi à
capacidade de o diretor Gustavo Hernandez ter dado um trato crível à sensação
de estarmos assistindo um longa-metragem filmado em apenas um plano-seqüência.
O chamado plano-seqüência é a
filmagem ininterrupta, sem um corte e de duração variável, às vezes ela
verdadeiramente registra a ação em apenas uma tomada, às vezes tem pequenos
cortes “invisíveis”. No entanto, quando bem feita, pouco importa sua maneira de
captação. Alguns mestres do cinema, como Orson Welles ou Alfred Hitchcock, já
fizeram verdadeiros milagres com o uso da câmera nesse sentido. O primeiro
realizou um plano invejável na abertura de “A Marca da Maldade”, enquanto o
segundo, ainda quando os rolos não filmavam mais do que 10 minutos, propôs esse
exercício copiado por esse “A Casa Silenciosa” no maravilhoso “Festim
Diabólico”.
O problema de “A Casa Silenciosa”
é a falta de uma trama que realmente envolva o espectador com o suspense. A
breve tensão inicial logo se dissipa em uma irritação crescente por
acompanharmos um filme com pouco nexo de idéias. A coitada da atriz Elizabeth
Olsen se esforça para trazer credibilidade a sua personagem, mas se perde em seqüências
escuras de gritarias, correrias, escondendo-se embaixo de camas, dentro de
armários. A sensação é que os diretores criam o máximo de situações possíveis
para que a câmera se movimente, no entanto, esqueceram de aprofundar a trama,
criando algumas soluções ridículas, duvidando até da inteligência do público em
prever os desfechos. Um espectador acostumado a tramas de terror, não demora a
sacar o “grande mistério” do roteiro. O resultado é um filme previsível, que
usa o mote do filme de casa mal assombrada, mas de poucos mistérios, no máximo
uns breves sustos.
2 Comente Aqui! :
Como é que pode haver tanta falta de criatividade nas produções Hollywoodianas? Não é possível que haja tantos profissionais sem inspiração, neh?! hehehe...
Enfim, ainda não conferi o filme... MAs, não me deu muita vontade.. Não tem graça ver um filme quando já se sabe o final, ou pelo menos se suspeita logo de cara
;P
Celo, acredite: eles melhoraram o fraquíssimo filme uruguaio. Mas ainda assim é um filme fraco. Vale pela Elizabeth Olsen.
Postar um comentário