Se compararmos os gêneros cinematográficos,
o terror talvez seja o mais aberto a novidades. Comum que vez ou outra apareça
alguma obra propondo uma nova maneira de assustar o público. Em sua maioria, é
puro marketing, mas não deixa de ser saudável para o gênero. Recentemente,
subgêneros como “porn torture” e o “found footage” ganharam força com seu
hiper-realismo, propondo a desconstrução de algumas das características mais
clássicas do gênero. Como conseqüência, os filmes de terror vêm ganhando cada
vez mais tratamentos simplistas, muitas vezes apostando em tramas parcas e
atuações naturalistas. Não que sejam opções apenas ruins, concordo que possa
render soluções eficientes para uma produção com orçamento baixo ou moderado e
bons exemplos recentes não faltam. Com certo destaque para obras oriundas de
regiões como a Escandinávia, Inglaterra e Austrália.
O cinema americano,
principalmente o independente, também costuma apresentar bons filmes, mas
infelizmente não pode ser dito o mesmo de “Armadilha (2012)”. Divulgado como um filme surpreendente, a obra
que não transita com propriedade nem pelo “porn torture’ e nem pelo “footage”, não
passa de uma pretensiosa reciclagem de clichês do gênero. Com roteiro de Chris
Sparling (o mesmo de Enterrado Vivo) e direção do estreante David Brooks, a
trama se foca em um único e estrito mote, com praticamente toda a ação passada
dentro de um caixa bancário 24 horas. Ao voltarem de uma festa de
confraternização de fim de ano, os amigos de trabalho David (Brian Geraghty),
Corey (Josh Peck) e Emily (Alice Eve) resolvem parar (às duas da manhã) no já
citado caixa eletrônico (o ATM do título original) para sacar dinheiro com o
intuito de comprar uma pizza (?). Dinheiro sacado, quando se voltam para
retornar ao carro, ainda dentro do banco deparam-se com um sujeito enorme,
encapuzado, esperando-os a poucos metros da porta de saída.
2 Comente Aqui! :
O curioso é que mesmo com alguns experimentalismos, que na grande maioria das vezes são só técnicos, a produção atual de terror não tem escapado das velhas fórmulas. A essência é a mesma, o que tem mudado é roupagem que dão a ela...
Triste essa boa premissa ter sido jogada no ralo dessa forma.
http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/
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