O filme foca no personagem Dave Brown um policial explosivo, que acredita na possibilidade de fazer justiça com as próprias mãos e que deve combater o crime do jeito mais agressivo e peculiar. Esse seu jeito único de agir lhe rendeu a acusação pública de brutalidade, após espancar um cidadão que tinha colidido com seu carro no trânsito. O que ele não esperava era uma câmera filmando toda sua ação e um conjunto de situações que trouxesse o seu passado á tona. Com isso Dave vira a personificação de tudo que há de errado nos bastidores do mundo policial e ainda precisa enfrentar dificuldades de relacionamento com as filhas e suas ex-esposas, que são irmãs por sinal.
Lendo a sinopse acima parece que estamos diante de um justiceiro não compreendido, porém Dave não é de fato um, pois é racista, corrupto alcoólatra e egocêntrico. Não há de fato como parar para torcer pelo personagem, que apesar de ter razões em alguns momentos é em sua grande essência uma pessoa errada. Talvez a sua única virtude seja a de defender a classe feminina a todos custo, apesar não apresentar grandes preocupações com elas no sentido de relacionamentos. O objetivo é pular de casa em casa e de cama em cama para nunca dormir sozinho à noite. A construção do personagem é muito bem feita e norteia sua forma de agir, pensar e conduzir atitudes diante de adversidades.
No quesito de atuações temos o já mencionado Woody que é incrível no papel e simplesmente o dono da produção. Por mais que sejam inegáveis a demais qualidades da produção é a sua atuação que faz a coisa fluir e tomar grandes proporções. Além disso, o elenco de apoio é realmente magnífico com Ben Foster, Sigourney Weaver , Steve Buscemi, Ice Cube e outros. Juntos eles tomam as rédeas e assustam com tanta competência. Cada um encontra seu espaço para brilhar, principalmente Buscemi, que só aparece por mais ou menos cinco minutos e é responsável por uma das melhores cenas do longa.
A direção nos da a sensação de estarmos acompanhando um documentário real do dia a dia de um policial. É com bastante competência que ela se estabelece ao longo dos mais de 90 minutos em cena. O improviso toma conta da produção e enriquece bastante. A fotografia é outro ponto forte, como por exemplo a tonalidade vermelha que uma das cenas toma para simular um momento de "insanidade" e "relapso" do personagem quando ao momento em que vive sua vida. Durante o dia a claridade toma conta da produção intensamente o que releva o poder do sol e o quando este "queima" a cabeça do personagem principal.
Resumindo Rampart não chega a ser excelente, mas é uma produção acima da média e muito boa para aqueles que buscam sair da rotina. Ver um personagem conturbado como esse é no mínimo interessante e o longa em si compensa e motiva. Há algumas poucas inovações para o que já vimos no gênero, mas mesmo assim é uma produção que indico a todos.
Trailer do Filme:
2 Comente Aqui! :
Acho que Woody Harrelson é o único atrativo de "Rampart". A construção do personagem e sua atuação são impecáveis, como bem ressaltado na crítica.
Entretanto, fiquei deveras incomodado com o registro da câmera de Moverman. Achei inadequada para a história e isso compromete o nosso envolvimento com o drama, na minha percepção.
Destaques para a ótimo Robin Wright e Ben Foster na breve participação como o cadeirante. Arrasadores.
Abraço!
Gostei muito do filme, destaque para a atuação antológica de Harrelson, a cena dele na praia é deveras interessante, como é bom ver um filme onde o personagem não é estereotipado e sim humano, enfim bela crítica.
Valeu.
Postar um comentário