Crítica de Série: Hit & Miss

2 de julho de 2012 1 Comente Aqui!

Diferente dos americanos, os britânicos não costumam avisar anteriormente se suas produções televisivas serão renovadas para outra temporada. Então, Hit & Miss, do canal Sky Atlantic, pode ser vista como uma série ou uma mini-série, somente o tempo dirá. Se optarem pela segunda opção, de deixar como um material fechado, provavelmente, essa escolha se deverá a uma baixa popularidade entre o público inglês. Digo isso, porque vejo Hit & Miss com assunto farto para render, pelo menos, mais uma season. Talvez esse excesso de possíveis sub-tramas é o que faça passar a sensação, ao final do seu sexto e derradeiro episódio, de que ficou faltando alguma coisa. Em um primeiro momento, a história é viciante, em uma curva ascendente de expectativas, mas que culminando em um clímax enérgico ainda em sua metade, faz o seu desfecho (não a temporada) ser bem perto de decepcionante.

O mote principal de Hit & Miss acompanha Mia (a talentosa Chlöe Sevigny), uma assassina de aluguel habilidosa, mas com um detalhe bem particular e enfático. Apesar de toda uma sensualidade feminina, até porque Mia se vê aprisionada a um corpo que não lhe pertence, ela nasceu com o sexo masculino. Sim, a personagem principal é uma transexual e, diga-se de passagem, interpretada de maneira crível pela atriz. Mesmo em uma trama com aspectos frouxos, Sevigny imbui sua caracterização de diversas nuances, chegando mesmo a desaparecer dentro de Mia. Talvez por si só, a série não se sustentasse e torna-se claro que o peso (ou prazer?) de carregá-la, de maneira convincente, é depositado nas costas da atriz. A trama, apesar de empolgante, aonde não faltam plot points repletos de tensão e também de um apreço por uma elaborada estética visual nas cenas mais violentas, quando avaliada com um pouco mais de atenção e distanciamento, se mostra frágil e reafirmo a dúvida sobre se sustentar independentemente com uma atriz diferente ou menos conhecida.

Enfim, é importante deixar claro que apesar de Hit & Miss ter alguns problemas que podem incomodar, não chega nem perto de ser definitivamente ruim, na verdade, ainda assim é muito boa. A sua produção é feita com cuidado e esmero evidente, usando de uma fotografia deslumbrante, com enquadramentos vistosos e uma trilha sonora de muito bom gosto. Aspectos técnicos louváveis, que aliados a um marcante ritmo de thriller de suspense, implicam em uma narrativa que alterna entre momentos de ação, mostrando os assassinatos cometidos por Mia, e momentos de drama familiar, até porque a moça acaba “herdando” os filhos de uma antiga namorada. A nova família de Mia inclui algumas surpresas que impulsionam a história e cativa o espectador pela falta de proteção. A assassina entra nessa como uma nem tão bem-vinda protetora. Dentro desses seis episódios fica até difícil de desenvolver os integrantes da família de maneira mais profunda, mas ainda assim, eles não deixam de protagonizar algumas cenas emocionantes. Como disse no inicio, me agradaria uma nova temporada, mas não aposto todas as minhas fichas nisso. 



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