Crítica de Filme: Valente (Brave)

15 de julho de 2012 4 Comente Aqui!

Baseado em histórias e lendas das altas terras da Escócia, Valente é a 13ª animação da Pixar Animation Studios. Distribuída pela Walt Disney, ainda é a primeira a ser dirigida e roteirizada por uma mulher, a americana Brenda Chapman. A sua trama acompanha as peripécias de Marida (no original, voz de Kelly MacDonald), uma jovem princesa, que na verdade é a antítese da princesa clássica. Marida não tem nada de parecido com as Brancas de Neve e Cinderelas da vida. Não quer conhecer um príncipe encantado, faz pacto com bruxas e seu principal (e aparente único) interesse é correr pela floresta, montada em seu cavalo, atirando flechas. Aliás, a adolescente de longos (e desgrenhados) cabelos vermelhos, apesar de infantil, mostra uma habilidade fantástica no manuseio do arco (que não tardará a ser usado). Talento evidente, herdado de seu pai Rei e guerreiro, o bufão e não menos fanfarrão Fergus (Billy Connoly).

As propostas do enredo são legais e igualmente carismáticas, mas também não chega a tratar de nenhuma novidade. O precursor Shrek que o diga. Curioso que como uma realização Pixar (empresa muitas vezes lembrada como revolucionária das animações) e apontar para muitas características de sátira; ainda assim, o filme guarda outro tanto de nuances das produções mais clássicas da Disney, principalmente pelas edificantes (e muitas vezes entediantes) canções-temas. Veja bem, se por um lado o mote tradicionalmente romântico do conto de fadas é deixado de lado, por outro, a trama ser baseada em problemas familiares, principalmente por Marida se recusar a um casamento arranjado por imposição de sua mãe, a Rainha Elinor (Emma Thompson), pode ser visto como um sopro de ousadia. Existe esse clima de escolhas conflitantes por parte da produção, assim passando a sensação de algo que possivelmente poderia ser mais do que é, mas olhando para um resultado final e sendo ainda uma animação censura livre mainstream, fica bem mais fácil de dizer que é satisfatório.

Esse resultado francamente satisfatório, acredito, agradará as crianças e também aos adultos. Assim como temos deslumbrantes imagens que fazem levantar questões sobre o futuro dos filmes, trazendo uma realidade quase palpável para um cenário repleto de detalhes, também temos uma infinidade das chamadas gags físicas, tão representativas ao humor infantil e os traços cartunescos dos personagens só comprovam isso. Não tenho dúvidas de que Valente cresce com as intempéries de Fergus, o sujeito é o máximo do estereótipo do guerreiro ufanista e desse caráter extremamente “grandioso” é que surgem os momentos realmente engraçados do filme. Claro que não faltam as divertidas seqüências de ação, nas quais se pode observar um agradável uso do 3D, afinal, o filme foi concebido especificamente para a tecnologia e não emulado (como comumente costumamos ver). Alguns vão dizer que o epílogo beira a pieguice (e acho que essa é a maior crítica negativa que o filme vem recebendo), mas deve-se lembrar que um final diferente do feliz, seria totalmente absurdo e fora de cogitação. 



4 Comente Aqui! :

  • Rafael W. disse...

    É simples demais perto de outras obras da Disney/Pixar, mas foi legal eles retomarem aquele velho de estilo dos contos de fadas unido a uma protagonista cativantes (todos os personagens são) e momentos inspirados. Muito bom.

    http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/

  • Thiago Silva disse...

    É realmente uma pegada diferente por parte da Pixar. Diria até que uma necessidade não da empresa, mas da Disney em construir novos personagens voltados ao imaginário apenas infantil. Porém, não deixa de ser um belo projeto, comprovando mais uma vez a capacidade que a empresa do Lasseter tem de criar histórias divertidas e tecnicamente impecáveis.

    Belo texto, pessoal!

    www.lumi7.com.br

  • Iza disse...

    Quero muito assistir esse filme. Adoro histórias de princesas - ainda mais as valentes como Mulan- em histórias medievais. Acho lindo o cabelo dela, bem ruivão.

  • Kamila disse...

    "Valente" é uma prova de que as princesas Disney não são mais as mesmas. Merida é alguém além do seu tempo e corajosa o suficiente pra brigar pelo que quer. Acho que esta animação é a mais diferente produzida pela Pixar, mas, mesmo assim, gostei bastante.

 
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