Crítica: Daydream Nation (2010)

4 de julho de 2012 0 Comente Aqui!

Sem um título especifico no Brasil, o canadense Daydream Nation é desses filmes independentes metidos a “moderninhos”, como se o seu realizador tivesse descoberto uma maneira nova de se fazer cinema. O trabalho do estreante Michael Goldbach, que dirige e assina o roteiro, é pretensioso, como se quisesse abordar todas as temáticas relativas à juventude, porém, apesar de problemático, passa longe de ser entediante ou desagradável. Alias, uma das boas coisas do filme é a presença da carismática atriz Kat Dennings, que aqui, deixa de lado os tipos de “boazinhas” que costuma fazer e traz uma personagem um tanto safadinha e sensual.

A Caroline de Kat é uma jovem da cidade grande que se muda para o interior, pois o pai foi promovido para um desses empregos inegáveis. Claro que a mocinha não se adapta ao modus operandi da bucólica cidade, principalmente pelo jeito interiorano de se fazer as coisas. Os jovens locais passam a maioria do tempo em incontáveis sessões regadas a maconha e outras drogas, chegando ao ponto de inalarem diversos produtos de limpeza atrás de uma “onda” diferente. Com um olhar sarcástico, acompanhamos a narrativa através dos olhos de Caroline, que não tarda a se envolver com um professor bonitão, Barry (Josh Lucas), e um amigo de classe, Thurston (Reece Thompson), rapaz tão confuso quanto ela. O mote principal é o triângulo amoroso, aonde a moça é o vértice, mas existe uma subtrama de um serial killer, morador da vizinhança, que tem como alvo as mulheres da cidade.

Alternando momentos de comédia romântica e drama, alguns bons, outros arrastados, a obra de Goldbach se perde, principalmente, por criar divagações rasas sobre comodismo e falta de perspectivas, que mal desenvolvidas, muitas vezes surgem sem sentido. O diretor excede nas suas reflexões existencialistas, querendo encher os personagens de nuances dramáticas pouco críveis para o contexto, tanto que, em certa altura, tenta criar um plot sobrenatural dentro da narrativa (?). Passando assim a sensação de muitos momentos descartáveis em uma trama tola, mas que não deixaria de ter seu potencial (até vasto) para criar uma boa diversão escapista (e cool) se a história fosse explorada de uma forma menos ambiciosa. 



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