Sem um título especifico no
Brasil, o canadense Daydream Nation é desses filmes independentes metidos a
“moderninhos”, como se o seu realizador tivesse descoberto uma maneira nova de
se fazer cinema. O trabalho do estreante Michael
Goldbach, que dirige e assina o roteiro, é pretensioso, como se quisesse
abordar todas as temáticas relativas à juventude, porém, apesar de
problemático, passa longe de ser entediante ou desagradável. Alias, uma das
boas coisas do filme é a presença da carismática atriz Kat Dennings, que aqui, deixa de lado os tipos de “boazinhas” que
costuma fazer e traz uma personagem um tanto safadinha e sensual.
A Caroline de Kat é uma jovem da cidade grande que se
muda para o interior, pois o pai foi promovido para um desses empregos inegáveis.
Claro que a mocinha não se adapta ao modus
operandi da bucólica cidade, principalmente pelo jeito interiorano de se
fazer as coisas. Os jovens locais passam a maioria do tempo em incontáveis
sessões regadas a maconha e outras drogas, chegando ao ponto de inalarem
diversos produtos de limpeza atrás de uma “onda” diferente. Com um olhar sarcástico,
acompanhamos a narrativa através dos olhos de Caroline, que não tarda a se
envolver com um professor bonitão, Barry (Josh Lucas), e um amigo de classe,
Thurston (Reece Thompson), rapaz tão confuso quanto ela. O mote principal é o
triângulo amoroso, aonde a moça é o vértice, mas existe uma subtrama de um serial killer, morador da vizinhança,
que tem como alvo as mulheres da cidade.
Alternando momentos de comédia romântica
e drama, alguns bons, outros arrastados, a obra de Goldbach se perde, principalmente, por criar divagações rasas sobre
comodismo e falta de perspectivas, que mal desenvolvidas, muitas vezes surgem
sem sentido. O diretor excede nas suas reflexões existencialistas, querendo
encher os personagens de nuances dramáticas pouco críveis para o contexto,
tanto que, em certa altura, tenta criar um plot
sobrenatural dentro da narrativa (?). Passando assim a sensação de muitos
momentos descartáveis em uma trama tola, mas que não deixaria de ter seu
potencial (até vasto) para criar uma boa diversão escapista (e cool) se a história fosse explorada de
uma forma menos ambiciosa.
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