Crítica: Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen)
Essa semana resolvi finalmente assitir ao filme Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen) que sofre com a péssima transposição do título original para o português. Originalmente o filme remete a atividade que aproxima os dois protagonistas - um plano para se criar salmões no Yemen - em português a tradução dá a entender que trata-se de uma romance que para vingar enfrenta muitas barreiras. Se você parar para pensar o nome tende muito mais para o drama até, tenham cuidado caros leitores e não caiam nesse conto do vigário.
A produção é dirigida pelo sueco Lasse Hallström (Chegadas e Partidas, Chocolate) que já comandou produções interessantes, mas hoje o máximo que consegue é manter-se ganhando dinheiro com a sua profissão. Falta para esse filme sob o seu comando emoção ou qualquer coisa minimante cativante. A produção é muito morna, chegando ao ponto de não ter nenhum beijo entre os protagonistas, o que é no mínimo broxante para uma história de amor.
No filme somos apresentados a história do Dr. Alfred Jones, um cientista que gosta muito de pescar e que encontra-se relutantemente envolvido em um projeto para trazer a pesca do salmão para as terras altas do Iêmen. Um projeto que vai mudar a sua vida e que é apoiado pelo governo para ajudar a política britânica a manter boas relações com os países árabes. Lá ele conhece a bela Harriet, que ao contrário de suas expectativas acredita bastante no projeto e fará com que ele encare esse novo desafio de outra forma.
O filme tem alguns acertos na escolha do elenco, mas erra mesmo em sua execução e principalmente no roteiro muito óbvio e sem sal. A trama é bem besta rapaz - nerd - encontra moça bonita que tem uma visão de mundo diferente da sua e vai lhe mostrar que ele pode ser feliz se arriscar mais e demonstrar os seus sentimentos. O pano de fundo para eles se conhecerem foi até legal, mas as situações que os envolvem são pouco interessantes e o roterista se aproveita muito pouco da paisagem exótica africana. Os melhores momentos da trama - mais engraçados - envolvem a personagem de Kristin Scott Thomas que na verdade não acrescenta em nada na história de amor e é um alívio cômico bem ao estilo britânico produzindo piadas que talvez nem todos os espectadores gostem.
A química entre o casal vivido por Ewan McGregor (O Escritor Fantasma, Os Homens Que Encaravam Cabras) e Emily Blunt (Os Muppets, Os Agentes do Destino) praticamente não existe; é uma relação pautada em muita cordialidade e respeito, mas nada além disso. Olhares, palavras mais doces ou qualquer coisa que crie um clima de romance não aparecem em nenhuma das cenas da produção. Ao julgar pelo título o grande desafio que existe na relação não aparce, quer dizer talvez o simbolismo seja até esse mesmo - uma amor que surge sem explicações - provar para o espectador que existe algum sentimento entre os protagonistas. No final das contas quem for assitir procurando algum romance vai se decepcionar bastante, assim como eu.
Texto de
Silvano Vianna
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1 Comente Aqui! :
Protelo a tempos ver esse filme. Hallstrom é um diretor com alguns acertos e muitos erros. Nos últimos anos, tem se conformado com trabalhos burocráticos. Pena q os protagonistas são tão interessantes...
Ótimo Texto. Abraço.
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