Crítica: John Carter: Entre Dois Mundos

10 de março de 2012 4 Comente Aqui!


Desde que Harry Potter chegou nos cinemas arrecadando milhões os estúdios vem tentando descobrir qual a fórmula para o sucesso na adaptação de sagas literárias. A Disney é um dos que vem tentando com afinco desenvolver uma franquia, inicialmente ela focou em As Crônicas de Nârnia que infelizmente não vem rendendo o esperado pelo estúdio. A bola da vez é John Carter que desde 1935 vários cineastas tentaram fazer uma adaptação cinematográfica, mas somente agora em 2012 quando o personagem completa 100 anos esse antigo desejo saiu do papel.

A Disney investiu em bons nomes para fazer vingar essa produção, para começar ela apostou no talento do vencedor do Oscar Andrew Stanton (Procurando Nemo, Wall-E) para a direção; esse é o 1° projeto sobre o seu comando que não é uma animação. O roteiro escrito por Stanton e Marke Andrews (que escreveu a seria animada Star Wars - Gerras Clônicas) ganhou também o reforço de Michael Chabon vencedor do Pulitzer de Literatura (o equivalente ao Oscar na área). O resultado disso é que o filme é bem agradável, aliando boas cenas de ação que utilizam muito bem os efeitos especiais com uma história bem desenvolvida.

John Carter é a adaptação cinematográfica de A Princesa de Marte (John Carter de Marte) um clássico romance de Edgar Rice Burroughs conhecido mundialmente como o criador de Tarzan. O filme conta a história de John Carter (Taylor Kitsch - mais conhecido por sua participação no seriado Friday Night Lights) um atormentado ex-capitão do exército confederado que é inexplicavelmente transportado para Marte. Lá ele se vê envolvido em um conflito de proporções épicas entre os habitantes do planeta e encontra um novo sentido para a sua vida. Ele faz novos amizades incluindo Tars Tarkas (Willem Dafoe - O Plano Perfeito, Platoon) e a atraente Princesa Dejah Thoris (Lynn Collins - X-Men Origins: Wolverine). Em um mundo à beira do colapso, Carter descobre que a sobrevivência de Barsoom e de seu povo está em suas mãos.

O estúdio e o diretor realmente tiveram muito zelo com o início dessa possível franquia, por exemplo, a tipografia antiga barsoomiana esculpida nas paredes dos templos sagrados em John Carter foram baseadas em desenhos originais de marcas de fato encontradas na superfície do planeta Marte. A produção resolveu contratar um lingüista que usando apenas algumas palavras mencionadas nos livros de Edgar Rice criou o idioma Thark marciano utilizado no filme. Já os atores que interpretam os Tharks (hominídeos com mais de 2,70 metros de altura) tiveram que aprender a andar com pernas de pau para filmar as cenas com John Carter, fazendo com que o contato na linha dos olhos ficasse correto durante os diálogos e interações.

Com isso o resultado final deste que pode ser o início da franquia John Carter é muito bom. O estúdio foi muito feliz ao apostar em bons nomes para tornar essa produção divertida e interessante. O roteiro contempla boas cenas de ação, contendo também romance e boas piadas na medida certa tornando a jornada agradável para o espectador. Os efeitos especiais ficaram ainda melhores na versão em 3D já que este foi gravado com as câmeras digitais que utilizam a tecnologia similar a Avatar. Mas infelizmente todo esse cuidado não se estendeu a sua divulgação no Brasil, onde poucas pessoas conhecem o personagem. A contratação de nomes desconhecidos do público para viver os personagens principais da trama também é um risco que estúdio corre. Milhões de dólares foram gastos em uma produção que foi muito bem feita e que mesmo assim pode fracassar (em termos de bilheteria) justamente por não ter apelo junto ao público.



Trailer:

4 Comente Aqui! :

  • Zé Felipe Sá disse...

    Eu li hoje uma notícia na BBC dizendo que o filme teve uma estréia decepcionante nos EUA: rendeu US$ 30,6 milhões até agora... Pra um orçamento de US$ 250 milhões, é um número preocupante. "John Carter" teve um performance melhor internacionalmente - US$ 70,6 milhões - mas US$ 101,2 milhões ainda tá longe de cobrir o orçamento. Será que ele vai ser um fracasso de bilheteria?

    Se bem que teve muita gente prevendo que "Tron: O Legado" ia ser um fracasso, e o filme rendeu US$ 400 milhões, pagando os seus custos (US$ 170 milhões) com folga.

 
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