Top Five - Filmes de Ficção Científica dos Anos 1970

8 de fevereiro de 2012 2 Comente Aqui!


Em Hollywood, filmes de sci-fi não eram o tipo de coisa que adultos levassem à sério. A maioria deles eram produções baratas para passar em drive-ins, filmes B onde os alienígenas pareciam lagostas gigantes e suas espaço-naves, pratos de louça voadores. Tiveram as raras e honrosas exceções - O Dia em que a Terra Parou (1951), por exemplo - mas foi Stanley Kubrick que mudou esse paradigma ao dirigir 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968). Na década de 1970 o gênero se sofisticou, tanto nos seus enredos quanto no departamento de efeitos especiais. Embaixo, uma breve lista dos filmes de ficção científica que marcaram os anos setenta.

Laranja Mecânica (1971)


Nos momentos finais da era hippie, Dennis Hopper e Jane Fonda exportaram os ideais da contracultura americana através de Easy Rider - Sem Destino (1969). O já lendário Stanley Kubrick estava ligado em Easy Rider e em outros filmes da chamada "Nova Hollywood", que promoviam mudanças radicais no meio e faziam a geração anterior de cineastas parecem defasados, senão obsoletos. Kubrick reagiu á altura: fez o seu próprio "filme jovem" ao adaptar o polêmico Laranja Mecânica (1962), de Anthony Burgess.

Laranja Mecânica analisa, de forma crua e perversa, até onde vale o livre-arbítrio numa sociedade democrática, e como soluções fascistóides para suprimir o lado violento e extremo desse livre-arbítrio podiam dar muito errado. Várias coisas saltam aos olhos (e ouvidos) do espectador ao assistir Laranja Mecânica. A atuação de Malcolm McDowell, no papel do protagonista sociopata, Alex de Large; as considerações sociológicas a respeito da delinquência juvenil e a punição coercitiva dela; e a trilha sonora impecável do filme, uma mistura das composições e adaptações futuristas de Wendy Carlos para Beethoven e Gioachino Rossini. Não sei se seria politicamente correto usar a expressão "diversão garantida" para descrever Laranja Mecânica, mas que é um filmaço filme, é.

Solaris (1972)


O clássico de Andrei Tarkovsky, bolado em resposta à 2001. Com a ênfase mais na psicologia dos seus personagens do que em efeitos especiais, esse é provavelmente o filme com o final mais deprimente que já vi - apesar de estranhamente coerente. Foi refilmado em 2002, tendo George Clooney como ator principal.

Guerra nas Estrelas IV - Uma Nova Esperança (1977)


O impacto do Guerra nas Estrelas original é de tal magnitude que eu não vou perder muito tempo falando sobre a sua história e de sua importância. Basta dizer que foi um divisor de águas na indústria de cinema. Os efeitos especiais pioneiros da Industrial Light & Magic e o roteiro do filme, carregado de ressonâncias arquetípicas - George Lucas consultou o mitólogo Joseph Campbell ao escrevê-lo - o fará ser apreciado por incontáveis gerações de cinéfilos.

Contatos Imediatos do 3º Grau (1977)



Steven Spielberg era fascinado pela estranha ciência da ufologia. Foi depois de fazer Tubarão, o primeiro blockbuster a ultrapassar a marca de 100 milhões de dólares em arrecadação, que teve o sinal verde da Columbia Pictures para perseguir OVNIs - no mundo da ficção, pelo menos. A sequencia final de Contatos Imediatos de Terceiro Grau, onde o exército americano usa as técnicas sinestésicas de Aleksandr Scriabin para se comunicar com os nossos "visitantes", é uma das cenas mais fascinantes que o cinema já produziu.

Alien, o 8º Passageiro (1979)


Alien foi o primeiro sucesso de bilheteria de Ridley Scott e fez de Sigourney Weaver uma estrela de primeira grandeza. Baseado nas pinturas do artista suíço H. R. Giger, poucos monstros do cinema foram tão memoráveis quanto esse alienígena e suas mandíbulas retráteis. O filme gerou uma série de continuações meeiras, com a exceção de Aliens - O Resgate (1986), dirigido por James Cameron, aquele de Titanic (1997) e Avatar (2009).

2 Comente Aqui! :

  • Zé Felipe Sá disse...

    É verdade, Fábio; apesar de existirem consensos, a escolha de filmes para esse tipo de lista sempre esbarram no nosso gosto pessoal. Por isso a ideia de separar por décadas, assim acho que o gênero sci-fi fica melhor representado... E cinco por lista é ainda um número de títulos pra lá de reduzido...

 
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