Crítica: Sete Dias Com Marilyn (My Week With Marilyn)

24 de fevereiro de 2012 0 Comente Aqui!
 

Está praticamente encerrada a nossa cobertura do Oscar 2012 (Confira Aqui). Dos filmes, que disputam as categorias mais badaladas, faltava apenas este, que comprovando mais uma vez a deficiência da distribuição brasileira, foi adiado apenas para o dia 23 de março, quase um mês depois da cerimônia. O longa disputa, merecidamente, diga-se de passagem, nas categorias de Melhor Atriz, por Michele Williams e Melhor Ator Coadjuvante, por Kenneth Branagh.

O enfoque da produção é a musa Marilyn Monroe, que é um “ícone” do mundo do cinema e que já dispõe de diversas homenagens feitas a ela – “Todas sempre mostrando os grandes feitos da loira, que aos 27 anos já era a atriz mais amada de Hollywood”. Partindo de um pressuposto diferente do usual, Sete Dias com Marilyn é uma narrativa com o enfoque em sua insegurança e seus problemas pessoais. A película é baseada em dois livros de Colin Clark e se passa na época dos bastidores do filme “O Príncipe Encantado”, quando seu marido, Arthur Miller, decidiu deixar a Grã-Bretanha, por uma semana, e ela passou a “estar acompanhada” por Clark.

É muito bom poder conferir um lado mais antagônico de uma pessoa que estamos acostumados a ver apenas brilhando. Temos consciência de que ser um astro, uma musa e um exemplo de perfeição para as pessoas não é tarefa fácil e este é um dos receios de Monroe, que são retratados nesta produção. Marilyn sabia das expectativas que eram geradas em torno de sua pessoa e sofria eternamente com a insegurança de estar fazendo a coisa certa ou errada. Sua morte, por exemplo, foi sacramentada como overdose por ingestão de barbitúricos, mas nada foi cem por cento comprovado.

Com uma personagem central tão marcante como essa, confesso que acabei me perdendo um pouco na crítica, propriamente dita, do filme e terminei contando um pouquinho de sua biografia. A produção é realmente muito bonita e deve agradecer eternamente a Michele Williams pelo sucesso de crítica que alcançou, tendo uma resposta muito positiva do público e diversos especialistas. Michele entrega uma atuação incrível e mostrou que conseguiu captar a essência do seu papel. Um charme natural, um carisma inegável e uma vulnerabilidade na medida certa são a característica de sua atuação. Para quem não sabe, o nome mais cotado para protagonizar a trama era o de Scarlett Johansson, principalmente por dizerem ser a atriz com mais semelhança física. Williams precisou de uma boa maquiagem, alguns dublês e enchimento, mas, sem sombra de dúvidas, é uma atriz muito superior que sua concorrente. Sua indicação ao Oscar é muito merecida (Até cantar ela cantou e convenceu bastante!).

Outro indicado ao Oscar é Kenneth Branagh, que interpreta o diretor/ator Sir Laurence Olivier. Branagh entrega uma atuação muito segura e demonstra grande qualidade ao interpretar esse personagem. Aliás, gostei bastante de quase todo o elenco de apoio formado por ele, Judi Dench (J. Edgard) e Eddie Redmayne. Para os fãs de Harry Potter, ainda há a possibilidade ver Ema Watson em cena, mas ela praticamente foi esquecida e não disse a que veio. Outro fiasco é a atuação de Julia Ormond, que teria aqui a chance de sua vida, mas entregou uma Vivien Leigh insossa e sem graça.

O roteiro poderia ser um pouco mais trabalhado para dar mais ritmo ao desenvolvimento da produção. É certo que se não estivéssemos tão conectados as atuações, terminaríamos achando a trama fraca, pois praticamente nada de muito relevante acontece. Gostamos mesmo de coisas inúteis e momentos banais só pelo sorriso de Williams e o carisma de Monroe. Confesso que fiquei um pouco desapontado com a trilha sonora, principalmente pelo envolvimento do nome de Alexandre Desplat e acho também que fotografia e figurino poderiam ser mais marcantes (Não estou dizendo que estão ruins, apenas que eu esperava algo mais. Algo superior e inequescível para contemplar alguém inesquecível). A grande verdade é que o filme, apesar de muito bom, se tornou pequeno para aquilo que poderia ser. Pontos para Williams, que se já tinha impressionado em Namorados Para Sempre, prova aqui que é uma grande atriz, transformando um grão de arroz em um risoto encantador e comovente.


Trailer do Filme:

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