Crítica: O Abrigo (Take Shelter, 2011)

O Abrigo é mais um filme que estreou no festival de Sundance do ano passado e, infelizmente, somente agora tem o destaque que merece em solos brasileiros. A atuação de  Michael Shannon era algo bastante comentado no mundo virtual e a presença de Jessica Chastain, grande atriz revelação do ano passado, foram motivos bem animadores para que eu desse uma chance à produção. A confirmação de que esta é uma grande obra me remete apenas ao sentimento triste de que muitos filmes que são aclamados pelo mundo afora e ganham diversos festivais, terminam sendo sempre deixados de segundo plano. No Brasil, por exemplo, sua estréia prevista para o começo de janeira foi adiada e até hoje não sei quando puderemos assisti-lo numa grande tela.

O Abrigo, segundo longa do diretor Jeff Nichols, está centrado na história de Curtis, um homem de família que começa a ter visões apocalípticas do fim do mundo e tem o seu comportamento afetado por isso. Ainda é incerto se as imagens que ele vê nos sonhos são realmente visões verdadeiras ou o começo de uma doença que pode ser uma herança genética de sua mãe, a esquizofrenia. Ou seja, seja verdade ou não, seu futuro não um dos mais invejáveis.

A direção do longa está bastante segura e circula muito bem no universo dramático e do suspense. Há ainda umas pitadas de terror, mas nada que mude a classificação da película. A narrativa segue um tom sombrio que nos lança a mente do personagem e nos questionamentos o que de fato está acontecendo. Outro ponto forte está nos atores, que com poucas palavras conseguem expressar grandes emoções. A presença de Shannon é bastante marcante e animadora para os futuros trabalhos do ator, que está gravando o novo filme do Super Homem. Jessica Chastain segue mostrando que é a grande revelação e apresenta uma atuação bastante segura. A atriz participou só neste ano participou de O Abrigo, Histórias Cruzadas, A Árvore da Vida e No Limite da Mentira.

Confesso que mesmo tendo admirado demais o longa, ainda poderia esperar mais dele. O zum zum ao seu redor me fazia imaginar estar diante de algo marcante para o cinema, mas estava diante de algo incrível, excelente, porém não sensacional. Quem convive comigo sabe que já disse, que faltou a cereja do bolo, mas que este é muito, mas muito mesmo, gostoso.

Trailer do Filme: