Crítica: A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

9 de fevereiro de 2012 3 Comente Aqui!

Baseado em um livro Brian Selznick o filme A Invenção de Hugo Cabret (The Invention of Hugo Cabret) vem colecionando boas críticas e prêmios nesse ano. O aclamado diretor americano Martin Scorsese (Ilha do Medo) usou a mesma tecnologia vista em Avatar e aproveitando as câmeras fusion criadas por James Cameron e Vincent Pac produziu uma película em 3D de muita qualidade. Vocês podem conferir um "trailer" comentado por Scorsese e Cameron sobre esse projeto logo abaixo dessa crítica.

Na premiação do Globo de Ouro desse ano durante o seu discurso pelo prêmio de melhor diretor Scorsese falou que sua filha Francesca pediu que ele fizesse um filme sobre o livro de Brian Selznick. Scorcese disse que leu o livro e gostou bastante do material, depois foi reunir com os produtores e procurar algum estúdio para bancar a adaptação. Eu geralmente não gosto ficar "babando o ovo" dos diretores, mas eu tenho que tirar o chapéu para o Scorcese que mantém um excelente nível de suas produções já há algum tempo.

O sucesso desse filme também é um aval para o que James Cameron falou que esperava dos filmes em 3D - ele imaginou que eles iam mudar a forma de produzir filmes. Inflizmente (ou felizmente) depois de Avatar essa é primeira produção que usa essa tecnologia de forma realmente interessante, espero que os estúdios tomem esse filme como modelo daqui por diante e não fiquem adaptando produções antigas para um 3D mequetrefe que mais parece 1D e 1/2 para ganhar dinheiro. Para os que não sabem, vários filmes serão lançados nesse ano pensando em lucrar mais usando dessa abordagem de conversão para 3D (A Bela e Fera, Star Wars: A Ameaçã Fantasma, Titanic e por aí vai).

No filme conhecemos Hugo, um garoto de 12 anos que vive em uma estação de trem em Paris no começo do século 20. Seu pai é um relojoeiro que trabalhava em um museu da cidade e morre logo depois de mostrar a Hugo a sua última descoberta: um autômato. Esse "enorme brinquedo de corda" esta sentado numa escrivaninha e com uma caneta na mão. Hugo acredita que ele esta aguardando para escrever uma importante mensagem. O problema é que o menino não consegue concertar o robô e nem encontrar uma chave em forma de coração que se perdeu e resolveria os mistérios que cercam essa fabulosa invenção.

Em alguns aspectos Hugo me lembrou muito as produções que Spielberg fez esse ano Cavalo de Guerra e As Aventuras de Tintim. Em todos esses filmes o roteiro é mais infanto-juvenil, mas o cuidado com o que ambos diretores tiveram com estas produções e qualidade final do projeto faz com que qualquer pessoa saia satisfeita do cinema. A trilha sonora esta muito boa, assim como a fotografia, o figurino...praticamente toda a parte técnica esta impecável, não é à toa que o filme recebeu tantas indicações para o Oscar desse ano. A única coisa que me desagradou um pouco foi o fato de Scorcese contar uma história em Paris com vários personagens franceses e usar o inglês britânico como idioma do filme, isso em nada diminui a qualidade deste projeto - mas poderia ser um fator de diferencial para a produção.

O elenco é centratado nos jovens e talentosos Asa Butterfield (O Lobisomem) e Chloë Moretz (Kick-Ass - Quebrando Tudo), ambos fazem um belo trabalho. Além deles o filme tem os veteranos Ben Kingsley (Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo, Xeque-Mate), Sacha Baron Cohen (Borat, Bruno) e Christopher Lee (Alice no País das Maravilhas, O Hobbit) que também fazem bem o seu papel. Já Jude Law (Contágio, RepoMen - O Resgate de Órgãos) faz uma pequena participação como o falecido pai de Hugo.

Não sei se essa produção ganhará os prêmios de diretor e melhor filme no Oscar desse ano, mas não seria uma injustiça caso isso acontecesse. Ao contrário dos últimos filmes que tenho visto do Oscar A Invenção de Hugo Cabret é um dos poucos que merece realmente todos os elogios e as inúmeras indicações. O filme ainda que tenha um roteiro mais simples é muito bem produzido e o resultado final com a tecnologia 3D é visualmente fantástico. Aliás recomendo que vocês leitores assitam em 3D, pois esse é dos filmes que vale gastar um pouco mais com ingresso e apreciar como o bom uso dessa tecnologia pode engrandecer um filme.


Trailer:

3 Comente Aqui! :

  • Júlio Pereira disse...

    Não acho que nutra semelhança alguma com Tintim e, muito menos, com Cavalo de Guerra. Scorsese (uma breve correção: é com s, não c) tem um domínio narrativo muito maior! Quanto ao filme, achei maravilhoso, belíssimo, espetacular. Escrevi um texto detalhando melhor minha opinião, depois passe lá! ;)

 
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