Crítica: Bullhead (Bullhead)(Rundskop)

5 de fevereiro de 2012 2 Comente Aqui!

Apesar de achar que a categoria de Melhor Filme estrangeiro está garantida para A Separação, ainda assim julgo ser justo fazer comentários de filmes que estão concorrendo. Bullhead é mais um indicado ao Oscar, que está sendo comentado aqui no Cinema Detalhado e é o longa que representa a Bélgica na cerimônia.  O destaque da produção está no desenvolvimento de um dos melhores personagens do último ano. 

Jackie Vanmarsenille sofre um trauma no passado e esse problema lhe persegue pelo resto da vida. Injeções de testosterona passam a fazer parte de sua rotina, mas apesar de, com isso, ele ter um corpo musculoso, o rapaz se tornou uma pessoa agressiva, exausta e impulsiva. Seu mundo gira em torno da criação de gado para venda de carne, negócio que viveu desde a infância e obteve de herança familiar. Alguns dos seus aprendizados com a tratativa do negócio não eram muito de se orgulhar e o assassinato de um policial faz com que sua vida tome rumos que ele pode não conseguir controlar.

A premissa do filme é bem interessante e o personagem é fantástico, porém o roteiro, focado em flashbacks do passado, algumas vezes se aparenta confuso e não consegue esmiuçar ao certo o que de fato está acontecendo ao redor do personagem. Algumas coisas ficam sem respostas e outras não agradam muito da maneira que se desenrolam. Alguns personagens não dizem ao certo para que vieram e só servem para apequenar o grande potencial que a produção tinha, se focasse mais em Jackie e não fosse inventar algumas baboseiras. Outra coisa é que depois de assistir a um longa como, O Espião que Sabia Demais, que acredita na inteligência do espectador, ver cenas sendo, desnecessariamente, explicadas me causou um sentimento de que estava sendo subestimado.
Tentaram criar um pensamento homossexual também que fica completamente esquecido e de segundo plano, parece que tiveram a ideia e depois desistiram de abordar.

Apesar de muitos defeitos, o filme não é tão ruim assim, pois consegue por alguns momentos transmitir a sensação que é esperada dele e mistura de forma muito boa momentos de grande empolgação e de sofrimento. A atuação de Matthias Schoenaerts é outra coisa que merece ser destacada, pois está incrível. Seu personagem não era nem um pouco fácil de fazer, pois, para terem ideia, ele age como um animal, às vezes pensa como um animal e costuma encarar seus rivais com cabeçadas, como se fosse um touro propriamente dito. 

Podemos assim dizer, que Bullhead é um filme que não seria empolgante se não contasse com um personagem tão interessante como é o seu protagonista. Por outro lado, a direção parece que achou que seríamos iguais a ele e não esperaríamos algo mais inteligente ou, até mesmo, menos confuso.



2 Comente Aqui! :

  • Edison disse...

    Assisti o filme agora e o achei muito triste, cheio de rancores, piedade e vingança, violência a flor da pele, memórias traumatizantes e não tratadas, sexualidade á prova e desejos não satisfeitos (sexualidade não possível e homossexualidade), amizade ou não amizade, vida humana ou animal, uso de hormônios em animais e em "mim mesmo" (confundindo a condição humana/animal)(o animal que dá a carne para ser comida mas consegue e pode dar a luz a um bezerro e "eu que como essa carne mas não posso ter um filho"). Também gostei do roteiro e dos dois atores que fizeram os amigos já adultos, muito bons! Apesar de pesado, achei o filme uma grata surpresa.

 
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