Crítica: O Garoto de Bicicleta (The Kid With a Bike)(Le Gamin au Vélo)

7 de janeiro de 2012 0 Comente Aqui!

O Garoto de Bicicleta é mais um candidato ao Globo de Ouro 2012, Até o momento você pode ler as críticas de dois dos seus concorrentes:  A Separação  e  A Pele Que Habito , que concorrem ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. O longa, feito na Bélgica, foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes deste ano e aborda temas muito interessantes como o abandono, a marginalização e a adaptação á uma nova vida. De toda forma, apesar de ter gostado da produção, considero que ela ficou aquém das minhas expectativas e seu desfecho não passou de um discurso moralista.

Na trama acompanhamos a trajetória de vida de Cyril, um garoto de 11 anos, que foi deixado, pelo pai, em um orfanato, mas que mesmo assim segue a sua procura. Seu bem mais valioso era uma bicicleta, que foi vendida sem o seu consentimento. Por um desses acasos da vida, o menino termina conhecendo Samantha, uma cabeleireira, que se encanta pelo garoto e termina lhe permitindo passar os finais de semana em sua casa. Uma das coisas que ela fez por ele foi recuperar a bicicleta, mas seu maior trunfo foi o amor dedicado a Cyril. O problema disso tudo é que o menino já não sabe mais assimilar este tipo de coisa após ser largado pelo pai. Ele não consegue reconhecer o carinho com o qual é tratado e por muitas vezes lhe decepciona.

Todo o desenvolvimento do filme é feito de maneira muito sensível e rica, pois podemos assim entender e sentir na pele os dramas dos personagens. A forma como tudo foi conduzido não nos deixa de levar a odiar ou amar alguns deles, mas ao menos nos torna claro e evidente os motivos e justificativas de cada um ao tomar determinadas ações. O medo de Cyril após o abandono é o que realmente rege a obra e é muito bem representado pelo ator Thomas Doret e sua mãe adotiva está muito bem representada por Cécile de France, que apareceu ano passado no longa Além da Vida.

A bicicleta mencionada no título da obra serve como simbolismo para o retratar a sensação de liberdade de um garoto retraído e sem grandes expressões. O mundo não foi fácil para ele e andar em sua companheira é aquilo que lhe é mais atrativo. Ele não tem amigos e quando faz amizade, termina sendo com alguém que não vale a pena. Suas ações são instintivas e seu aprendizado será com o mundo, que lhe fará errar e aprender com seu erro.

Essa linha de pensamento e a bela direção dos irmãos Dardenne, fazem com que este seja um filme diferenciado de outros que já abordaram o assunto, porém ainda estou com um sentimento de que o desfecho poderia ser mais impactante e interessante. Tudo se resolveu de forma muito simples e ninguém de certo modo foi penalizado por ter cometido algum erro gravo, mas sua essência foi bem transmitida e me permite afirmar que: No fim sobreviveu a máxima: Vivendo e Aprendendo.


Trailer Legendado:


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