Albert Nobbs com certeza irá aparecer na próxima cerimônia do Oscar, mas não será por se tratar de um grande filme e sim por conta das grandes atuações de duas mulheres que se passam por homem para sobreviver. A primeira delas é Glenn Close, que faz o personagem principal, que dá nome ao longa. Durante muitos anos Close interpretou o personagem no teatro e aspirando a possibilidade de ganhar um Oscar passou quase 15 anos tentando transformá-lo em um filme. Sua paixão por esse trabalho é tanta que, além de ser a protagonista, ela é produtora e co-roteirista da produção. A segunda grande interpretação vem de Janet McTeer, no papel de Hubert Page, uma mulher com história de vida semelhante a de Albert.
Está nítido para todos os olhos a paixão que Glenn Close deu à produção e sua atuação é digna de uma indicação ao Oscar. Seus olhos eram suficientes para transmitir os sentimentos e é perfeita a forma como ela conduziu seu personagem. Para seu azar, o filme não segue a maestria de sua participação e é bastante frio. As cenas que deveriam emocionar, não chegam a causar grande furor e grande parte disso parte por uma direção bastante burocrática, que não nos permite conexão com o Sr. Nobbs e não nos anima com sua possível relação com Helen Dawes, que muitas vezes chega a ser um personagem chato e antipático. Se o filme fosse melhor, Close teria mais chances, porém acredito que pouca é a probabilidade dela levar a estatueta para casa este ano. Janet McTeer é outra que está sendo rotulada a premiações, já sendo indicada ao Globo de Ouro 2012 e ao SAG Awards. A inglesa rouba para si praticamente todas as cenas em que participa e seu personagem, intrigante e magistral, se torna o mais interessante da trama. O elenco realmente é muito bom e ainda conta com uma ótima Pauline Collins (Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos), Brendan Gleeson (O Guarda), Mia Wasikovska (Minhas Mães e Meu Pai, Alice no País das Maravilhas) e Aaron Johnson (Kick-Ass Quebrando Tudo).
Apesar de seu problemas o longa possui acertos que começam com uma bela premissa e que circundam uma fotografia que é excelente e uma maquiagem e figurino que estão muito bem feitos. A ambientação é típica de uma Irlanda de séculos passados e esses são os "apetrechos" que enriqueceram as atuações citadas acima. Alguns problemas do roteiro são escondidos pela genialidade de Glenn Close e as cenas com Janet McTeer garantem o ingresso. A música Lay your head down, que toca ao começarem os créditos, é uma das favoritas a serem indicadas ao prêmio de Melhor Canção.
Em contexto, vale a pena assistir a produção, que é sim acima da média, mas que está muito abaixo dos filmes que estão sendo vinculados como dos melhores do ano. Fica o destaque para os trabalhos técnicos e as grande atuações que ele tem a nos oferecer.
Trailer do Filme:
2 Comente Aqui! :
Parece ser uma sessão bem válida, Glenn close de homem deve ser bem curioso. Boa dissertação. Abs!
Achei a premissa interessantíssima, porém, mal explorada. Contudo, a atuação de Glenn Close dispensa comentários e, pra mim, das quatro que vi, junto com a Rooney Mara, é a melhor das indicadas - sim, melhor que a Meryl Streep e Viola Davis. E acho ingenuidade pensar que ela não leva o prêmio pelo filme ser fraco, é muito mais que isso. Afinal, A Dama de Ferro e Histórias Cruzadas são ambos piores que Albert Nobbs.
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