Crítica: O Guarda (The Guard)

O cartaz não é chamativo e os atores, apesar de bons, não são daqueles capazes de levar o grande público ás salas de cinemas. O gênero é bastante conhecido e muitas vezes não precisa ser muito refinado para conseguir sucesso. Basta apresentar ação e alívios cômicos para deixar o espectador satisfeito. No ano passado foi um lançado um filme assim chamado de Dupla Explosiva, que seguiu exatamente essa linha de raciocínio ao apresentar uma trama fraca, mas boa ação e divertida comédia. Grandes sucessos do passado estão nas franquias A Hora do Rush ou Máquina Mortífera. De certa forma o gênero deu uma sumida, mas neste retorno se apresentou, diferente, divertido e requintado.

Digo que se trata de um filme diferente por contar com bandidos cultos e com personagens no mínimo marcantes. O que não posso negar é que, de toda forma, estamos diante de um filme que possui muitos clichês, mas que usa e abusa deles por gosto próprio e como sátira ou humor negro de sua própria espécie. Ponto forte da produção é exatamente a escolha do elenco, mesmo sendo menos conhecidos do grande público, capaz de dar vida a esses personagens pitorescos. Don Cheadle (Homem de Ferro 2) possui uma fisionomia séria por si só e interpretando um policial ansioso e impaciente, eles está mais do que em seu ambiente natural, o que favorece a uma ótima atuação. Apesar de estar em seu terreno natural, Cheadle é engolido pelo grandioso trabalho de Brendan Gleeson, mais conhecido por interpretar Moody Olho Tonto nos filmes de Harry Potter.  Gleeson foi muito elogiado pela crítica especializada e merece todos os elogios. Seu personagem é irônico e sarcástico por natureza, indiferente aos acontecimentos e no mínimo tedioso. Estranho qualificar um personagem desta forma e dizer que ele é capaz de arrancar muitas risadas, mas a questão é que parece que ele sabe o quanto aquilo tudo é uma baboseira que já vimos e assim sendo, ganhasse a sensação de que ele está ao nosso lado assistindo a tudo de fora e com uma olhar crítico.

O Guarda apresenta a vida de um Sargento irlandês, que é responsável pela segurança de uma pequena cidade, mas que não demonstra nenhum interesse em exercer esta atividade. Parece que ele vive no piloto automático e acha seu serviço um tédio.  A coisa começa a ficar mais dinâmica quando o FBI inicia uma investigação em busca de traficantes, que supostamente estão envolvidos em uma transação bilionária que irá ocorrer na cidadezinha de Boyle, que se vê obrigado a ser parceiro de um agente especial americano chamado Wendell Everett. Como é de se esperar, os dois são completamente diferentes e pensam diferente sobre quase tudo na vida. Além de resolver o caso, eles terão que superar essas diferenças e aprender a lidar com bandidos cultos, refinados e filosóficos.

Não estamos diante de uma obra prima, mas sim de um bom trabalho e bom entretenimento. Como venho dizendo, não está sendo um sucesso de bilheteria, mas está alegrando quem está assistindo. Talvez um Tom Cruise no papel principal e menos referências Cult teriam dado mais resultado financeiro, mas não algo de destaque. Um filme acima da média que irá passar despercebido por muitos.

Trailer do Filme: