Crítica: Como Loucos (Like Crazy)

27 de novembro de 2011 4 Comente Aqui!

Vai começar a temporada do Oscar 2012 e apesar de não termos ainda a lista de indicados para a próxima cerimônia, já tomamos conhecimento de alguns trabalhos que podem pintar na premiação. Se a lógica do ano passado se repetir e a academia continuar valorizando filmes que a não tiveram grande alcance público, mas que são obras que merecem destaque, Como Loucos será um dos trabalhos que estará concorrendo ao título de melhor filme. Ele foi o vencedor do Grande Prêmio do júri de 2011 no festival de Sundance. O vencedor de 2010, O Inverno da Alma, concorreu neste ano e por isso posso acredita que Como Loucos terá sua indicação.

A indicação é merecida, não apenas por um ser um belo filme, mas por fazer parte de um gênero que está cada vez mais crescendo no cinema e fazendo sucesso. Uma espécie de romance "indie" ou original e dramático, que está mais atrelado a possibilidades reais do que a loucuras por amor. Não tem como assistir a um filme como esse e não compará-lo a 500 Dias Com Ela ou Namorados Para Sempre, que foram muito bem aceitos pelo público. A história principal foca no relacionamento de Jacob e Anna, um casal que se apaixona profundamente, mas que por circunstâncias da vida não consegue estar junto. Ele é um americano e ela uma jovem Britânica, que para ficar um tempo a mais com o amor de sua vida, termina burlando a lei americana e não seguindo as normas que seu visto estudantil lhe exigia. Essa atitude apaixonada termina culminando na proibição do retorno da jovem ao país de Jacob, após uma visita aos pais em casa, e lhes força a viver um amor a distância. Com isso eles tem pela frente o grande desafio de aprender a conviver com a saudade, encarar novos descobrimentos da vida e lutar por um amor que parece interminável.  

Quem lê a sinopse pensa que está diante de um novo "Amor a Distância", mas o foco da narrativa é completamente diferente destes filmes mais bobos. Não são exploradas algumas cenas clássicas do gênero e com isso não somos obrigados a ver cenas como o primeiro sexo do casal ou até mesmo o primeiro beijo. Esse pensamento de edição é realmente maravilhoso e faz com que o drama ganhe um ritmo doce, acelerado e arrebatador. É muito fácil entender as dificuldades do casal e é possível torcer demais pelo sucesso deles. A trilha sonora encaixa perfeitamente com os acontecimentos e me marcou bastante nos momentos críticos do relacionamento. O fato de não ter pessoas más na produção é outro ponto mais real e que se torna um belo ponto forte. Entendemos o sentimento daqueles que "preenchem o espaço vazio deixado pela distância" e apesar de torcermos pelo casal central, não sentimos raiva deles. Além disso, é mais difícil tomar alguma decisão quando se vai magoar alguém que só lhe fez o bem.

Anton Yelchin (Os Smurfs)  e Felicity Jones entregam belas atuações e são responsáveis pela delicadeza com que o filme se apresenta. São mais dois jovens que devem ter a carreira alavancada no ano que vem. Exemplo clássico disso é Jennifer Lawrence, que faz uma participação no filme e que foi indicada ao Oscar de 2011. Neste ano ela já apareceu em filmes do quilate de "X-Men: Primeira Classe". Charlie Bewley, mais conhecido por interpretar um dos Volturi na série Crepúsculo, é outro que faz uma participação curta, mas interessante. 

Confesso que fiquei surpreso quando li sobre o que se tratava o grande vencedor do Sundance. Geralmente são ganhadores filmes densos e complexos, que transparecem grandes mensagens sobre o mundo e realidades abruptas. Talvez eu não tivesse percebido que falar de amor, de uma forma tão delicada e singela, não fosse uma tarefa tão fácil e merecesse recompensa. Verdade é que estamos diante de uma obra que consegue ter a identificação do público e que é capaz de emocionar.


Trailer do Filme:

4 Comente Aqui! :

  • J. BRUNO disse...

    Tenho me interessado cada vez mais pelo cinema indie, creio de lá sairão boa parte das obras que serão lembradas no futuro, pois enquanto o mainstrean investe em remakes, continuações e mais do mesmo, os independentes criam... no fim das contas criação é o que conta. Ainda que estes filmes não alcancem o grande público, sua importância e relevância são inquestionáveis... Parabéns pelo Blog e pelo post, pois eles são veículos que podem levar este tipo de filme a mais pessoas...
    .
    http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/11/reino-animal.html

 
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