Crítica: Capitães da Areia

29 de outubro de 2011 1 Comente Aqui!

Li este livro quando ainda era sexta ou sétima série do ensino fundamental para fazer mais um daqueles trabalhos de classe, que a professora de literatura nos exigia e confesso que naquela época, leitura não era muito “minha praia”. Apesar de tudo, me recordo de ter gostado do livro de Jorge Amado e por isso mesmo me motivei para ver a adaptação que sua neta, Cecília Amado, resolveu realizar e entregou, após três anos de trabalho, aos cinemas de todo o Brasil.

A história esta voltada para o bando de meninos que vivem pelas ruas e na marginalidade da sociedade. O Trapiche, velho e abandonado, é o local onde eles moram e sua sobrevivência está atrelada aos planos, golpes e furtos que aplicam. O líder do grupo é o destemido Pedro Bala e junto aos seus amigos Professor, Gato, Sem Pernas e Dora, irá nos apresentar o dia a dia e cotidiano de pessoas que estão neste meio.

Confesso que saí um pouco triste da sessão e imaginando o quanto de melhor a produção poderia ser. Pode ser chatice de minha parte, mas acredito que faltou muito para o filme chegar ao patamar do trabalho de Amado. A coisa já começa errada com o elenco de meninos que decidiram escolher entre as 1.200 que as ONGS da Bahia inscreveram. Sinceramente, não acredito que os garotos estivessem preparados e eles são os grandes responsáveis pelo meu descontentamento com a obra. Pelo que entendo e percebi pelo roteiro, o filme teria que ser denso e envolver sentimentos de instinto de sobrevivência e amizade, porém os protagonistas não conseguiram transpor nenhuma expressão e até mesmo a tonalidade de suas vozes estão em desacordo com a cena. O problema pode ser do elenco, mas há um dedinho de falta de experiência da diretora, que não soube guiar os jovens para o caminho certo.

Nem tudo foi ruim no trabalho. A trilha sonora está nas mãos do grande mestre baiano e competente como poucos, Carlinhos Brown. As músicas são lindas, maravilhosas e ganham muita riqueza diante do belo cenário de fundo, com as belas imagens da Bahia e de seus pontos históricos. Outro caso que não pode deixar de receber elogios é a história propriamente dita. Confesso que não posso dizer se está ou não fiel ao livro, pois não lembrava muito do mesmo, mas o que posso afirmar é que ela é rica e capaz de fazer com que reflitamos sobre o pensamento daqueles que vivem na marginalidade e que buscam, neste meio, o pão de cada dia e a chance de poder viver o dia seguinte.

Com muitos erros e alguns acertos prefiro não indicar a produção para os grandes fãs da literatura de Jorge. Como geralmente acontece, os filmes não conseguem retratar as mesmas sensações que uma descrição completa é capaz de nos fazer sentir. Esse por sua conta passou mais longe do que o normal e me pareceu de certa forma...Sem Alma.

Nota: 3,5

Trailer do Filme:



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