Crítica de Seriado: Nikita Primeira Temporada

29 de junho de 2011 2 Comente Aqui!

Nikita é uma franquia recorrente. Um filme francês de Luc Bresson, a versão americana Point of No Return com Bridget Fonda e dirigido por John Dadham e La Femme Nikita, série de Warner Bros de 1997-2001 com a bela Peta Wilson no papel da drogadicta que se torna uma agente letal e escrava do governo na secreta Divisão 6.  A nova série Nikita de 2010 passa-se alguns anos após o término de La Femme Nikita, com a heroína tendo já fugido de seus captores, e com a meta de destruir a corrupta Divisão 6.

E para quem nunca viu nada da franquia, Nikita traz tudo o que se pode esperar de um bom show de espionagem: um roteiro coeso e inteligente,  personagens interessantes, um plot de vingança e contra-espionagem que rendeu bons confrontos, e, indispensável, belas e sexys mulheres lutando e atirando em inimigos. E, um feito à parte, conseguindo resumir no primeiro episódio cinco anos do seriado La Femme Nikita em alguns diálogos.

Para vencer a Divisão, Nikita (interpretada pela sexy Maggie Q) conta com uma espiã: a jovem Alex (Lindsy Fonseca), a qual conseguiu infiltrar na organização como uma novata a ser treinada como assassina/femme fatale. Alguns personagens que vimos na série prévia continuam: o mentor e ex-amante de Nikita Michael (Shane West), o técnico em tecnologia Birkhoff (Aaron Stanford). Outros presonagens permaneceram os mesmos em essência mas mudaram de nome: o chefe perigoso e maléfico Operations virou Percy (Xander Berckeley) e a professora de sedução e etiqueta Madeleine tornou-se Amanda (Melinda Clarcke).

O interessante em Nikita é como conseguiram criar uma mulher que é um exército de um homem só sem ser caricata. Usando inteligência, manipulação, e ocasionalmente força bruta, ela consegue que seus planos dêem certo, e realmente mereça ser o monstro do armário da Divisão, uma lenda entre os novatos e temida pelos agentes sêniores.

Um dos defeitos é que Nikita, apesar do nome da série, em grande parte do seriado é um mero coadjuvante, que tem a missão de sempre salvar Alex ou algum outro preseguido pela maléfica Divisão, ou de resgatar as Caixas Pretas, que guardam missões secretas de Percy que são usadas para vantagem política por chantagem.

Nikita e Alex conseguem até quase o final manter a tênue linha que impede que a Divisão descubra que elas são aliadas. A tensão de ver Alex quase ser exposta como a agente infiltrada funcionou muito bem para deixar a audiência em constante expectativa. Porém, a própria personagem Alex é um tanto unidimensional: pueril, sentimental e agindo como a visão de um inocente de tudo que há de errado no mundo, ficou um tanto simplista. O Centro de Treinamento da Divisão funciona mais como um Ensino Fundamental, com amiguinhos, inimiguinhos e pequenas manipulações. Os "professores" ameaçam todo o tempo com o Cancelamento (morte sumária se falha), mas nunca acontece. Só discursos repreendendo a inépcia ou suspeita. Seria bem mais interessante que tivesse mais Nikita no seriado.

Com o desenvolvimento, Nikita consegue aliados: o agente da CIA Ryan, Birkhoff, outro desertor da Divisão, Owen, e, no final, para alegria de uma fã que já viu tudo que foi criado de Nikita, o próprio Michael.  E no final a participação de Nikita aumentou, merecidamente.

Apesar de não ser extremamente complexo e algumas falhas, o seriado tem um roteiro bem amarrado e uma boa dose de ação, entretendo adequadamente. O jogo de espionagem e contra-espionagem é interessante, e Maggie Q como Nikita é uma atração à parte, sendo elegante, sexy, com um humor cínico e espirituoso e uma avalanche nas cenas de ação.

Texto por Ragged Robin  - Blog Iniciativa Global

2 Comente Aqui! :

  • Hugo disse...

    Os dois filmes são bons, lógico que a versão de John Badham é um cópia descarada do original francês.

    Assisti alguns episódios da antiga série e não gostei, por isso não tive interesse em acompanhar está nova versão.

    Até mais

  • Ragged_Robin disse...

    Estou reassistindo a série antiga agora. A forma de desenvolvimento é completamente diversa dessa nova Nikita. Era mais focado no romance de Michael e Nikita, e com episódios "ameaça da semana", até que em um ano começou a ter uma trama de intriga interna. A nova série tem uma trama central bem estabelecida, com plots secundários desenvolvendo os personagens principais.

 
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