Crítica: Invictus

Clint Eastwood é um dos meus diretores prediletos a maioria de suas obras são muito bem trabalhadas mas de uma maneira geral Invictus foi um dos seus filmes que menos me agradou, não acho que seja tanto pela qualidade da obra, mas o nível de suas produções é melhor do que o resultado que vimos nesse seu novo filme. A história gira em torno de Nelson Mandela e do como ele tentou usar o capitão de Rugby da África do Sul Francis Piennar para tentar dar uma maior unidade pra seu país, que tinha o seu primeiro presidente negro pós o Apartheid.

O tema é riquíssimo e poderia render uma obra que valeria algumas indicações e alguns prêmios, mas parece que Eastwood perdeu a mão, ao longo da história não chegamos a nos conectar e entender como tinha sido o processo de Mandela chegar ao poder e enchergar no Rugby uma forma de unir o seu povo. As cenas dos jogos são bem desconexas e em momento nenhum um leigo compreende o que acontece em campo, também me desagradou muito o fato de a torcida só gritar olé, olé, olé. A impressão que me deu foi que aquele diretor que preza e muito pelo realismo em seus filmes a ponto de filmar Cartas de Iwo Jima todo em japonês tirou folga e entregou um projeto inacabado para os seus fãs.

De bom vale ressaltar a atuação de Morgan Freeman como Nelson Mandela, simplesmente perfeito, Matt Damon não convence como líder nem da escola primária quanto mais um capitão de uma equipe de Rugby. Seria interessante também que fossem colocadas cenas que refletissem os preconceitos ainda fortes no primeiro momento pós-apartheid, a impressão que temos é que nunca existiu racismo, violência e intolerância na África do Sul. Mas ainda com todas essas ressalvas o filme não é ruim, mas com certeza poderia ter sido melhor. Recomendo para todos aqueles que são fãs de cinema e que não sejam chatos com descompassos históricos e gritos de olé, olé, olé!


Nota: 7,0

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